Estou meio sonolento. Acabo de sair do banho, o corpo ainda está úmido, e sinto um arrepio ao longo da espinha, visto meu paletó e ao calçar minhas meias percebo o inicio de um buraco, minha pele clara se destaca e percebo os pelos presentes nas pernas, que estão exaustas e necessitam de um calor humano.
Volto-me para a cama, o corpo que lá está, parece morto, com a pele não branca mais arroxeada, e suas veias verdes. Seu cabelo longo se mistura em volta dos lençóis. Aproximo-me do tal defunto, sua respiração esta lenta e supérflua, enquanto a minha é profunda e rápida. Deito-me sobre o corpo e sinto o calor humano ali existente, o tal Amontoado de carne viva se mexe e abraça-me, transmito o frio do banho e o corpo vivo e intocável me passa o calor que é transmitido pelo sangue. Ainda estou de meias, meias pretas que se destacam por um inicio de um buraco, beijo a boca do corpo quente e sinto o calor pelos lábios que são deliciosos pelo calor que exalam. Amasso o seu corpo com um abraço, erguendo-lhe para sentir melhor o calor ultrapassar-me a camisa. Deixo-a de volta, calço meus sapatos sentindo um calor maior, e saio ao trabalho.
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