segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Ela, o espelho e a alma.


Hoje, despi-me insinuosamente para o espelho. Aqueles olhos ocultos, observavam o meu corpo. A primeira peça era móvel -usada para chamar atenção, meras bijuterias- no dedo permaneceu o circulo, este representava o desejo do consumo próprio.
Dos cabelos saíram maquinarias e longas mechas caíram sobre os ombros cobertos, os olhos ficaram atônitos para aquela imagem. Logo em seguida a primeira veste, algo que cobria o abdome, bagunçou-lhe os cabelos e aqueles seios escondidos, mostraram-se esbeltos.
Agora os olhos misteriosos analisavam a qualidade. Notou, o pequeno incomodo nos pés, e retirando-os, perdeu os poucos centímetros que o objeto lhe proporcionava. As unhas vermelhas, e os pés brancos, denunciavam uma discreta sensualidade.
Em breve, o observador analisou suas pernas, tentando adivinhar o que encontraria oculto nos tecidos. Mas as mãos como fogo atearam ao fecho-ecler, removendo o que lhe apertava a cintura. Era bela... Com poucas vestes, apenas tecidos tampando sua virilidade. Os olhos examinaram as diferentes cores que havia em um só corpo. Porém, ele queria mais...
Então removeu o par de tecidos que ousavam tocar seus mamilos, estes saltaram do aperto para respirar. Logo, as mãos conquistaram estas áreas e com os dedos, tentou varias e possíveis silhuetas.
Deu dois pulos, e sem pensar seu tato tocou-lhe as nádegas que de forma rápida, se despiu por completo. Agora não havia mais nada entre ela e o espelho. Tentou fitar-lhe os olhos, mas não encontrava o corpo e nem a alma.
Aquela carne era virgem, era doce, suas curvas improprias e exaustivas. Sua virilidade intacta, era simples e fazia parte dele...
Idênticas identidades fieis, ela e o espelho.