sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Cangada



Se há algo que não gosto que falem,
É da minha Cangada.
Prefiro que falem de mim,
A ver alguém falar da perna troncha dela
Deve ter conseguido aquilo em algum lugar por ai,
Até onde eu me lembre ela nunca andava assim,
Mais foi derrepentemente
Chegou pedindo comida em desespero
Caiu-se dentro da bacia, parecia até que nunca comera antes
Comecei a achar que ela mastigaria todo o plastico da cuba
Preveni-me, e antes mesmo que ela devora-se a bacia
Tomei o resto da comida da boca dela
Foi então que notei só depois a perna da coitada
E como não havia ninguém ousado para perguntá la
Ficou por isso mesmo.
E sempre que me perguntavam
-ó zé o que foi isso com tua criada?
E respondia com os olhos virado pro chão,
Foi trabalho difícil, muito peso
E ela fingia que não ouvia mais,
Sabia eu que aquilo doía por dentro dela.
Doeu mais ainda quando uma visita se fez lá em casa
-Bom dia Zé, vim pró almoço.
Prometera eu, outro dia de fazer uma galinha a cabidela
Com pão de milho,arroz e feijão da roça
Foi ai que o tal compadre tocou na perna da mossa
Ela se repeliu todinha para frente
Juntou as pernas e deu uma couçada no compadre
Como que ficasse sem saber que acudir,
Coloquei a Cangada pra fora,
-Compadre tá criando mostro dentro de casa,
Tenha cuidado com essas crias,
Outro dia elas se desfazem contra você.
-Essa já é de casa, vai passar fome pra aprender
-É melhor levar logo pro fogo, a carne dela é boa
-É de primeira! Mas não pretendo sacrificar a tal agora não,
Tá muito nova, tô esperando criar carne
-Compadre não me diga que já mimou a cabra não.
Com medo de saber que aquilo era verdade, fiquei calado
-Olha compadre, se tem um conselho que dou
Não vale matar um animal familiarizado não
A carne pode nem prestar pra comer.
Ele tava certo.
Veio à seca, e a fome falou mais alto
Vendeu a Cangada por umas moedas de reis
E comprou um bocado de farinha e grão
Pra talvez plantar
kérollen Duarte


Um dia de Luz

Meu amor quero você perto de mim
Por todo o resto de dessa vida e muito mais.
Quero que sejamos felizes juntos,
Um ao lado do outro.
E que uma luz permaneça sempre acessa
Pra representar o meu intenso amor por ti,
O sol.

E que perto de ti eu possa aprender
O que é estar sempre perto de quem se ama?
E quando esse dia chegar
Não será mais preciso alimentar a alma,
Com coisas inseguras
O meu pão de cada dia será tu,
A tua presença o teu amor correspondido
Nesta data tão especial,
Que tudo se renove entre nosso eterno

Que se petrifique como chumbo,
E floresça a cada dia um novo ramo petrificado
E que essas raízes não unam
Só o nosso amor, mais muitos outros.
Assim seremos verdadeiros cúpidos eternos

Poderá vir muitos porém nunca me esquecerei de ti
E do nosso mundo de coisas improváveis
Nem das tuas loucuras, das tuas desconfianças
Do teu jeito protetor, da tua voz dossel
Do teu Eu formado sobre alicerces,
Tão incompreensíveis.

E se um dia desses você me ver chorar
Não liga,
È por que eu fui e sou verdadeiramente feliz
Por ter te encontrado.
De forma tão tola, negarei De todas as formas.
A origem e o porquê de tais aguas
Que correm sobre minha face.

E o teu riso, reconhecerei o incomparável.
Os lábios um pouco puxados,
As mãos um pouco descontroladas
E mais o som emitido por tua cordas vocais
Instigadas pelos neurônios em harmonia

Será fantástico cada manhã
Poder contemplar teu rosto, tua face.
Sua pele, suas curvas.
Os seus olhos fechados e abertos
Quase inevitável não ser tão impressionante
A tua sensualidade.

E se não vieres continuarei
Dedicar-me-ei a outra coisa,
A poesia, aos amantes da noite, ao prazer
Aos delírios.
Não economizarei palavras para te descrever
Por que se há uma única que te descreve
Está é cheia de impossibilidades,
Seria então o famoso 'X', positivo ou negativo?
Não importa faz parte de você
É válido a questão.

E nas noites de amor,
Ver teu rosto reluzindo prazer
Será mais intenso que o próprio ato.

E cada noite que vier,
E você não vir junto dela
Não será tão dolorido,
Pois olharei para tua estrela
Sentirei tua presença
Lembrarei coisas boas
Escutarei o vento trazendo teu riso

Nas noites de chuva, depois de um dia cansado
Será maravilhoso deitar sobre seu peito,
Ouvir tua respiração, sentir teu coração bater,
Ver teus olhos brilharem, mesmo estando exausto.

Com o passar do tempo poderei te esquecer
Mais é apenas uma suposição
Por que nesse momento, você está presente,
Presente em meus pensamentos,
Em minhas ideias, na minha vida.
Não haverá amor igual, a este
Você superou minhas perspectivas
Fez-me feliz, mesmo quando não estava aqui
Pelo fato de tua existência já torno-me esperançosa

Mais o nosso dia chegará,
E não precisarei de palavras, seja dita ou escrita
O ato, os olhos, as mãos tocando-se
Ver a existência em essencial além do tudo
Te ver, te tocar, sentir o teu eu próximo,
Uma lagrima surgirá, e antes que ela cáia
Fecharei os olhos, e não precisarei abri-los mais
Por que a verdade já havia visto,
Depois de tudo, não era preciso mais nada
Poderia extinguir-se naquele instante, não importaria
O imprescindível já acontecerá

 Em 16\11\11





quarta-feira, 9 de novembro de 2011